Projeto Rota 2030 reúne fabricantes e governo no planejamento da história do setor para o próximo período
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Rota 2030. Esse é o nome do grupo de trabalho que reúne governo e entidades do setor automobilístico para traçar os planos para o próximo período, uma vez que a atual política governamental para o setor, o Inovar Auto, acaba em dezembro.

No centro da discussão está a necessidade de o Brasil participar de um mercado de 90 milhões de unidades e não de apenas dois milhões. Essa é a diferença entre ter uma indústria conectada com o mundo, produzindo carros modernos, e modelos que atendem somente o minguado mercado interno.

“O Brasil precisa ter um carro competitivo, para conquistar o mercado externo. Caso contrário não vai sair do âmbito do Mercosul”, diz José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, a associação dos Importadores e Fabricantes de Veículos, que, junto com Sindipeças (fabricantes de autopeças), AEA (Engenheiros), Anfavea (fabricantes de veículos) e os ministérios da Indústria e Comércio e da Fazenda reúnem-se todas as quartas-feiras para dar andamento no projeto Rota 2030, em busca de uma definição rápida, uma vez que ele precisa ser aprovado até agosto para que as medidas que alterarão a carga tributária possam ter validade a partir de 10 de janeiro de 2018.

Discute-se a mudança na tributação do carro, hoje feita em cima da cilindrada do motor: carros flex de 1000cc (1.0 litro) pagam 7% de IPI; até 2.0 pagam 11% e acima de 2.0 são 25%. A ideia é fazer com que a tributação incida sobre a eficiência energética, o que beneficiaria os motores modernos.

O novo período do setor automobilístico vai proporcionar um crescimento considerável das importações, que até este ano sofre o impacto da bitributação (25 pontos percentuais extras de IPI) e da cota restrita, fazendo com que as importadoras não consigam atender à demanda.

O setor de importados, que reúne 17 empresas, vendeu no primeiro semestre ano apenas 13 mil unidades e deverá fechar 2017 com 27 mil, volume que representa apenas três dias de vendas do mercado total.