O elétrico que anda até 600 km numa só tocada

Usei e abusei do BMW iX na semana passada, na avaliação feita aqui nos arredores da capital paulista, mais exatamente nas rodovias secundárias que levam à região do Riacho Grande, às voltas com a represa Billings, que fornece água para a região metropolitana. Uma paisagem bucólica e acolhedora pertinho da aglomeração paulistana.

Com uma autonomia de quase 600 quilômetros, o elétrico mais moderno do mercado (e um dos mais caros, quase R$ 800 mil) daria para ir até o Rio de Janeiro numa só tocada, mas optamos por fazer a avaliação por aqui, onde podemos colocar o luxuoso SUV a prova no trânsito, na rodovia e também em estrada de terra.

É puro prazer de dirigir em qualquer uma dessas condições, um carro que oferece uma aceleração excepcional, uma retomada de velocidade que faz você colar no encosto do banco do motorista e tudo isso usufruindo de um conforto inigualável e protegido pelos mais modernos e eficientes equipamentos de segurança ativa e passiva.

O BMW iX está num patamar superior. Dias antes da avaliação, fiz a apresentação do novo modelo, cujo primeiro lote de 30 unidades foi vendido em apenas algumas horas.

Segue a primeira apresentação do carro:

Elétrico, conectado e inteligente. Um encanto sobre rodas

Segundo Houais, carro é um veículo que se locomove sobre rodas para transporte de passageiros ou de carga. Simples assim. Então não podemos chamar de carro o BMW iX. É verdade que os automóveis modernos, elétricos ou a combustão, tiveram uma evolução tecnológica tão gigantesca que já estão muito além da definição simplista do dicionarista, mas o BMW iX põe o substantivo “carro” num patamar superior.

Ele nasceu elétrico, nasceu conectado, nasceu com alta capacidade de processamento, dono de uma bateria equivalente a nove mil baterias de Iphone e conceituado como “inteligente” e “conected drive”.

Um carro com tanta tecnologia e novidades que, informações como potência de 326 cavalos ou da autonomia de até 620 quilômetros, acabam ficando para segundo plano.

SUV grande, tem uma enorme grade vertical dianteira, seguindo a tendência da marca, ladeada por faróis afilados. Nesse caso, porém, traz uma super novidade: produzida com nanotecnologia, a grade recupera pequenos danos: fizemos o teste, riscando a grade com uma chave de fenda, deixando a mostra os riscos. Em questão de segundos, com a ajuda de um secador de cabelos, os riscos foram eliminados.

Na traseira, lanternas bem finas de led embutidas no porta-malas, para sinalizar quando a tampa do porta-malas é levantada. Laterais com linhas fortes, ampliando o aspecto rústico do SUV, rodas de 22 polegadas e maçanetas das portas integradas.

Ao entrar no carro você sente que está tateando um terreno desconhecido, diferente do tudo o que você conhece no setor. A super tela côncava vai de um lado a outro do painel e pode ser operada com tecnologia Shy Tech, que pressupõe o menor uso possível de botões, criando maior interatividade e privilegiando comandos por voz, por toque e ainda simulação de ações à distância. Os raros botões, acionados manualmente, são de cristais, reforçando a sofisticação e o luxo do acabamento interno.

O painel é composto por duas telas, com 12,3” e 14,9”, sendo a menor para uso do controle do carro e a maior para o sistema de entretenimento.

No interior, amplo espaço para todos os ocupantes; muito conforto inclusive para os passageiros de trás, beneficiados pelo assoalho plano, que se estende para toda a extensão da carroceria.

Estruturalmente foi priorizado o aumento de rigidez e o menor peso, com uso de alumínio com resina reforçada com fibra de carbono e também utilização de material reciclado: são 80 quilos de plástico reciclado sendo que 20% desse volume é proveniente de garrafas PET.

A bateria posicionada no assoalho garante melhor centro de gravidade e maior proteção contra impactos, além de permitir a obtenção de um ótimo coeficiente aerodinâmico: 0,25 de coeficiente de arrasto, o que contribuem para um melhor desempenho e eficiência energética.

O iX tem dois motores, um no eixo dianteiro e um no eixo traseiro. Juntos rendem 326 cv e 630Nm de torque na versão x Drive 40 e 523cv e 765Nm de torque na versão x Drive 50. A primeira faz de 0 a 100 km/h em 6,1s e a segunda em 4,6s, com máxima de 200km/h em ambos, velocidade limitada para a preservação da bateria. Tração integral de série comandada eletronicamente com a transmissão da quantidade certa de torque para as rodas dianteiras e traseiras em todas as situações.

Carregamento

Observando o comportamento do cliente, a BMW optou por fornecer dois carregadores para o comprador do iX usar em casa. Pesquisas junto a proprietários de BMW elétrico mostraram que eles preferem carregar o carro em casa em vez de usar postos públicos.

O carregamento rápido atinge 70% da bateria em 35 minutos no BMW iX xDrive50 e 31 minutos no BMW iX xDrive40. A autonomia pode ser aumentada em até 150 quilômetros para o BMW iX xDrive50 e 95 quilômetros para o BMW iX xDrive40 em 10 minutos.

O carregador rápido acompanha um conector de três pinos com potência de 1.8 kW, mas o cliente encontra opções de cabos que podem aumentar a potência para até 11 kW.

Oficialmente a autonomia é de 620 km, mas depende muito da forma de dirigir e do local transitado.

O sistema aumenta o sistema de regeneração de energiados freios ao detectar uma situação de cruzamento, fazendo com que o motorista use menos os freios e, ao mesmo tempo, recupere energia.

O carro analisa o caminho que está sendo feito, cruza com os dados de horário e destino e com isso excuta ações habituais do motorista. Exemplo: com base em comportamento do motorista, ele abre automaticamente o vidro do quando o carro se aproxima da garagem, para que o motorista acione o controle de abertura do portão. O sistema de voz também aprende com os hábitos do motorista, executando tarefas antes que seja solicitada.

O modo de direção inclui mudança não apenas no comportamento do carro, mas também na iluminação da cabine e na exibição das informações no painel. A chamada realidade aumentada inclui na tela a projeção da direção a seguir, com setas indicando a entrada à direita, à esquerda ou seguir em frente. O computador calcula a autonomia máxima possível, por meio do cruzamento de algoritmos de topografia e trânsito e assim seleciona o melhor trajeto a seguir.