Alíquota de importação cai pela metade, mas restrição (cota de 32 mil carros/anos) vai até 2027

José Luiz Gandini, presidente da Abeifa

O acordo Mercosul-Comunidade Europeia, assinado pelos representantes dos dois blocos econômicos durante reunião do G20 no Japão, na semana passada, está animando o setor de veículo importados, que deverá ter a taxa de importação, hoje de 35%, reduzida pela metade.

Mas os dirigentes não conhecem ainda detalhes do acordo, sabem apenas que durante os primeiros sete anos haverá uma cota de 32 mil carros a serem importados de países europeus com a taxa de 17,5%.

José Luiz Gandini abriu nesta quarta-feira a coletiva de imprensa da Abeifa, a associação de fabricantes de importadores de veículos, dizendo:

“Todo mundo quer saber sobre o acordo. Eu também”

Explicou que não existe nada de concreto, que tudo precisa ser regulamentado e que até a França ameaçou não assinar, o que inviabilizaria o acordo.

Gandini disse que a aprovação do acordo pegou todo mundo de surpresa: “o próprio presidente Bolsonaro não imaginou que o acordo fosse assinado lá”.

O dirigente culpou a situação econômica do País e o dólar alto pelas dificuldades que o setor de importados passa. As vendas totais de carros importados no semestre caíram 0,9% em relação ao primeiro semestre de 2018, com vendas de 140.455 unidades (veja balanço do semestre), um péssimo desempenho, considerando que o mercado total de carros e comerciais leves teve alta de 10,8% no período. As marcas importadas filiadas à Abeifa tiveram um desempeno bem pior: queda de 9,6%, num total de 16.219 unidades.