– Produção também está em crise. Só exportação dá sinal de recuperação, com alta de 50,9% em maio

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O presidente da Anfavea, Luiz Moan, entregou os pontos. Pela primeira vez este ano numa reunião de balanço da indústria automobilística ele não demonstrou seu tradicional otimismo. Nem podia. De janeiro a maio a indústria produziu apenas 1,09 milhão de veículos, desempenho só comparável ao registrado em 2005.

No ano, a queda de produção chega a 19,1%.

Em maio foram produzidas 210,1 mil unidades, queda de 3,4% em relação a abril e a produção diária foi a pior dos últimos tempos, apenas 10,6 mil unidades (incluindo carros, comerciai leves, caminhões e ônibus).

O setor de caminhões é o que mais sofre. A produção caiu 42,4% no ano, com 6.169 unidades, número que remete a maio de 1999. O segmento de pesados foi o mais atingido, com queda de 62% de janeiro a maio.

A indústria fechou maio com um estoque total equivalente a 51 dias de vendas.

Diante desse quadro, Luiz Moan deixou o tom otimista e traçou nova meta para o ano de 2015. Agora, a expectativa é de uma produção total de 2,6 milhões de veículos, o que daria uma queda de 17%. Vendas de 2,8 milhões, com queda de 20,6%.

O que alivia são as metas de exportações, agora positivas: a entidade aposta em crescimento de 1,1% no setor no ano. Em maio as exportações cresceram 50,9% em relação a abril e 12,6% em relação a maio do ano passado. Mas no acumulado a queda ainda é de 12,1%.

A recuperação, segundo a Anfavea, virá das boas relações comerciais com o México, além de novas investidas em países como Colômbia, Equador e Peru, além do Uruguai, para onde a Volkswagen iniciou nesta segunda-feira (8) a exportação do Up (veja matéria).

Segundo Moan, um conjunto de fatores contribuiu para o aumento de exportação para o México, como a desvalorização do real frente ao dólar, o crescimento do mercado interno mexicano e diminuição das compras pelos mexicanos de carros usados vindo dos EUA.