Vencer as 252 curvas dessa estrada fascinante é pura diversão, com ou sem o uso do controle de tração do carro. Mas é preciso cuidado

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Não deu para contar. Na verdade, perdi a conta na décima terceira curva. Mas dizem os mais atentos aos números que a estrada que escala a Serra do Rio do Rastro tem 252 curvas (há quem diga que são 284…). Tantas esquerdas e direitas surgem em apenas 25 quilômetros. Uma média impressionante de dez ou onze curvas por quilômetro. Em seu trecho mais sinuoso, são 670 metros de variação de altura em apenas oito quilômetros.

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Por aqui passava uma antiga trilha de tropeiros. No lombo de mulas e cavalos carregados de mercadorias, levavam uma semana para chegar ao topo do paredão de rocha basáltica. Paredão, diga-se, semelhante aos existentes na costa da África do Sul, o que serviu de evidência para a teoria de que no período jurássico os territórios do hemisfério sul formavam um só continente, o Gondwana.

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Hoje o ziguezague pela Serra do Rio do Rastro é mais suave. A estrada, na verdade um trecho da rodovia SC-438, foi pavimentada em 1987 e conta com diversos trechos de concreto estriado, muito mais aderente que o asfalto convencional. As pistas são estreitas e há uma mureta baixa separando-as do precipício. Atenção máxima sempre.

A expedição Honda – Pra Lá do Fim do Mundo, que saiu de São Paulo e segue até Puerto Toro, vilarejo mais austral do planeta, experimentou o prazer de acelerar nesta estrada que liga os municípios de Lauro Müller, a 220 metros de altitude, a Bom Jardim da Serra, a 1.245 metros, em Santa Catarina.

De tão bonita, a estrada virou atração turística. O visual a cada curva impressiona e, perigosamente, desvia a atenção do motorista. Em qualquer vacilo, entra em ação o VSA, assistente de tração e estabilidade, disponível nos quatros carros da expedição – dois Honda WR-V e dois Honda HR-V. A bordo deste último, eu simulei, bem de leve, uma perda de trajetória. Uma luz se acendeu no painel mostrando que o sistema entrou em ação e ajudou a corrigir e a manter o carro na linha.

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Desligar o sistema, por meio de um botão do lado esquerdo do painel é ter uma condução mais esportiva; mas num trecho como a serra é indicado somente para quem tem mais experiência. Os “cotovelos” empurram a traseira do HR-V e é preciso uma correção no volante para manter o veículo em sua trajetória.

Do topo da serra, após uma hora ao volante, a paisagem é deslumbrante. Do mirante a 1.421 metros de altitude é possível avistar parte da subida e ver a beleza da serra catarinense e algumas das duzentas e tantas curvas vencidas. Uma vez lá em cima, pode-se pernoitar no Rio do Rastro Eco Resort, um charmoso conjunto de chalés visitado pela neve nos invernos mais rigorosos.

Veja como foi o dia na Serra do Rio do Rastro

Acompanhe a viagem Honda – Pra Lá do Fim do Mundo