A eventual aprovação do projeto de lei enviado pelo presidente Bolsonaro ao Congresso Nacional o projeto, que prevê o fim das multas e pontos na carteira de quem não usar cadeirinha para o transporte de crianças, com certeza vai expor as crianças até nove anos de idade ao perigo.

Dados do Conselho Federal de Medicina mostram que, de 2000 a 2008, antes da obrigatoriedade do uso, 940 crianças por ano foram internadas em conseqüência de acidente de carro. O número caiu para 720 após a obrigatoriedade do equipamento, uma redução de 24% e o número de vítimas fatais caiu 20%.

“Os dados oficiais permitem verificar os efeitos positivos da Lei da Cadeirinha. Trata-se de uma regra fundamental para aumentar a segurança nas vias e rodovias e, sobretudo, para proteger a vida e a saúde das crianças com menos de dez anos de idade”, disse Luciana Rodrigues Silva, da Sociedade Brasileira de Pediatria.

De acordo com a Organização Mundial da Saúde, o Brasil é um dos países que mais apresentou resultado positivo na aplicação da Lei Seca, mas ainda precisa melhorar a segurança das crianças dentro dos veículos.

Um teste de colisão feito recentemente pelo Road Safety Report da Dekra mostrou as conseqüências trágicas do não uso da cadeirinha. Foram usados dois bonecos representando duas crianças de seis anos de idade: um na cadeira de segurança e o outro sentado sem restrições no banco de trás. Enquanto o boneco da criança que estava devidamente segura é contido pelo cinto e protegido pela cadeirinha; o outro, que estava solto, voa dentro do carro, indicando que, provavelmente uma criança naquelas condições não teria chance de sobrevivência.

         Então não tem o que discutir: com lei ou sem lei, criança só no banco de trás e na cadeirinha.