Um retrato do mercado brasileiro no primeiro semestre analisando o comportamento de cada marca

O mercado de veículos está em baixa. O pequeno crescimento (+4,2%) no primeiro semestre não serviu nem para animar os fabricantes, até porque, a sinalização dada na primeira quinzena (veja matéria) mostra que julho não dará continuidade nem mesmo nesse inexpressivo crescimento.

Mas não quer dizer que a situação é ruim para todo mundo. Se algumas montadoras tiveram aumentos expressivos, outras estão despencando pela tabela. Quer dizer: a crise, por si só, não é a única responsável pelo mau desempenho do setor. Fatores de âmbito particular foram determinantes para o desempenho de cada marca neste primeiro semestre. E as diferenças de desempenho são grandes.

Enquanto marcas como Jeep (+53,5%) e Nissan (+38,2%) tiveram crescimentos excepcionais, outras, como Lifan (-32,2%) e Audi (-24,2%), perderam feio em comparação com o primeiro semestre de 2016. As razões dessas diferenças são muitas: atualização (ou desatualizarão) da linha, lançamentos, investimento em publicidade e promoções de venda (ou a falta deles), limitação de cotas no caso dos importados, entre outros motivos.

Apenas oito marcas venderam acima da média do mercado este ano. Além da Jeep e da Nissan, vale destacar as duas principais chinesas, JAC e Chery, que vinham de quedas bruscas nos anos anteriores e que se revigoram este ano, embora, ambas, com volumes insignificantes em relação aos que obtiveram em períodos anteriores: a JAC foi a terceira marca que mais cresceu este ano, aumento de 17,9%, mas com apenas 1.654 carros vendidos. Com 1.241 unidades a Chery cresceu 9,5%.

Suzuki, Ford e GM tiveram aumentos acima de 10% (veja quadro abaixo), enquanto a Renault aumentou as vendas em 5,1%. O desempeno da GM foi excepcional: além de manter uma folgada liderança, a montadora vendeu 175.824 unidades no período.

Honda, Toyota e Mercedes-Benz cresceram em relação ao ano passado, mas com índices abaixo da média.

Ao contrário das outras duas chinesas, a Lifan foi a marca que mais perdeu: vendeu 32,2% a menos. Com exceção da Mercedes-Benz, as luxuosas (ao contrário do ano passado, quando tiverem bom desempenho), apresentaram quedas bruscas: a Audi perdeu 24,2%; a BMW e a Land Rover 19,2%. A Kia também sofreu: – 21,2%.

Das grandes, Volkswagen (-1,4%) e Fiat (-6,1%) sequer acompanharam o mercado, enquanto as irmãs francesas continuam caindo: a Citroën perdeu 10,2% e a Peugeot -9,9%.

Você vai ver a seguir uma análise do comportamento de cada uma das 25 marcas mais vendidas no primeiro semestre, com o ranking por modelo de cada marca.

Quem cresceu, quem perdeu (*)
1º semestre/2017

mercado total

(*) Ranking das 25 marcas mais vendidas

Audi
BMW
Chery
Citroën
Fiat
Ford
GM
Honda
Hyundai
Iveco
JAC
Jeep
Kia
Land Rover
Lifan
Mercedes-Benz
Mitsubishi
Nissan
Peugeot
Renault
Suzuki
Toyota
Troller
Volkswagen
Volvo

Joel Leite
Luiz Cipolli
Juliana Castellari