– Fazer a manutenção foi a opção de quem adiou a compra do zero
– Vendas aumentam 5% e segmento já representa 25% do setor Autopeças1

Enquanto a maioria das previsões é pessimista, o setor de autopeças traça uma perspectiva de crescimento para 2016. As projeções do Sindipeças, o sindicado dos fabricantes, indicam faturamento nominal de R$ 64 bilhões para este ano, com crescimento de 1,3% sobre 2015.

Claro que se trata de um crescimento nominal, quer dizer: descontada a inflação, o balanço este ano deverá ser negativo. De qualquer forma é um alento diante das péssimas previsões do setor.

As 470 empresas associadas ao Sindipeças devem investir R$ 575 milhões este ano, valor 7,6% inferior ao investido em 2015. O nível de emprego também vem caindo e deve chegar a 156,5 mil trabalhadores ao final deste ano, 5,1% menos que no ano passado.

Crescimento de verdade foi registrado no mercado de reposição, o que é sintomático num momento de queda de vendas de carros novos e crescimento de seminovos.

Enquanto as vendas de novos caíram 25,6% em 2015, a de carros seminovos cresceu 33,6%.

Ao comprar o seminovo no lugar do OK, o consumidor acaba investindo na manutenção, para deixar o carro em ordem e garantir a sua segurança, o que incrementa o mercado de reposição.

Único segmento do setor de autopeças que cresceu no ano passado, o mercado de reposição teve um aumento de 5% no faturamento e um aumento bastante significativo na participação das vendas totais: como o setor como um todo minguou, a participação do segmento de reposição cresceu de 15% em 2014 para 25% no ano passado.

A expectativa é de manutenção ou até de crescimento dessa participação, uma vez que as vendas de carros novos iniciaram o ano em queda livre (veja matéria) e a procura por usados, especialmente os seminovos, deve continuar crescendo.