– Concessionária zomba de quem fica parado na fila pra vender o sistema de passagem livre do pedágio

Numa ação de marketing bastante discutível realizada no ano passado, a CCR zombou de quem pegou congestionamento no pedágio, sugerindo que o sujeito compre o sistema Sem Parar, aquele que você paga pra pagar: sim, você paga uma mensalidade para ter o aparelho que lhe permite pagar o pedágio sem parar na cabine, quer dizer: a concessionária economiza na mão de obra – uma vez que o sistema elimina o cobrador da cabine de pedágio – e o usuário paga mais caro.

O que as concessionárias de rodovia deveriam fazer nos feriados, quando aumenta o fluxo de veículos das estradas, era instalar cabines extras para atendera demanda, já que nesses dias ela fatura muito mais do já fatura normalmente.

A peça publicitária, veiculada nas mídias sociais, além de zombar do usuário que ficou parado no pedágio, mente: o personagem diz que ficou DUAS HORAS parado no pedágio e segundo a própria empresa isso nunca aconteceu. Ouvida pela nossa reportagem, Mônica Psirillon, da Ouvidoria da CCR Via Oeste, disse que o tempo máximo de espera é de 15 minutos ou 200 metros de fila e que em caso de situações que extrapolem essas condições, o pedágio pode ser liberado.

Para evitar o acumulo de carros na fila, alguns postos de pedágio adotam cabines de cobrança em áreas separadas e outras cobram dos veículos que ainda esperam na fila.

A campanha usa a fila como argumento para vender o sistema Sem Parar. Tá certo? É a própria concessionária que provoca a fila, quer dizer: provoca o argumento para a venda do seu produto. Situação no mínimo antiética.

Este é o diálogo dos personagens na peça publicitária do Sem Parar:

– E ae Lucas, como foi o feriadão?

– Foi médio, fui pra praia:

– Médio? Praia é ótimo, cara

– Fiquei 2 horas no pedágio,

– Coloca Sem Parar no carro….

– Valeu, vou colocar