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No dia do motociclista, 27 de julho, na verdade não há muito o que comemorar, exceto a inestimável contribuição desse veículo para a mobilidade e consequentemente os serviços prestados pelos profissionais desse segmento.

Mas tudo isso pagando um enorme custo social

Dados do DPVAT mostram que três em cada quatro indenizações do seguro obrigatório no ano passado foram pagas a vítimas de acidentes envolvendo motocicleta. Foram 12,1 mil vítimas fatais, ou 33 por hora.
Quer dizer: a moto é responsável por 76% dos acidentes, sendo apenas 27% da frota. Alguma coisa está errada: não se trata simplesmente de fatalidade.

Muita gente quer uma formação mais rígida, maior exigência na concessão da carteira de habilitação. O aperfeiçoamento da formação do motociclista é importante, mas não é tudo. Os grandes problemas da moto no trânsito são, no meu modo de ver, a dificuldade de convivência com os outros modais e o desrespeito à legislação: na média, um motociclista em São Paulo comete dezenas de infrações por dia.

Basta dizer que para mudar de faixa é preciso dar a seta e que é proibido o uso da buzina para alertar o outro.
O Código de Trânsito, implantado, em 1997 ignorou, desconsiderou a moto, de forma que a sua presença no trânsito acabou não sendo regulamentada. O resultado é que hoje ela ocupa os espaços na marra. Roda prioritariamente no corredor entre os carros, um hábito já arraigado nas cidades brasileiras e não recomendado por especialistas, mas fundamental para proporcionar mais mobilidade no trânsito.

Enfim: é preciso discutir o problema e fazer alguma coisa para estancar uma guerra que mata que mata tantos motociclistas.