Celular mensagemAnders Eugensson, coordenador do programa Visão 2020, da Volvo, que tem a ambição de chegar a 2020 com morte zero no trânsito com os carros da marca, disse que hoje, a conectividade a bordo atrapalha a direção, distrai o motorista, mas que num futuro próximo, o ato de dirigir é que vai atrapalhar o ocupante do carro.

Explico: o carro do futuro a que ele se refere é o carro autônomo, que anda sozinho, e o futuro é daqui cinco anos.

A expectativa é de que o carro autônomo resolva o maior problema enfrentado hoje pelo motorista, que não pode se dedicar exclusivamente à conectividade.

O motorista tem que desviar a atenção do celular pra dirigir, pra prestar atenção no trânsito, no carro que está ao lado, no pedestre que vai atravessar a rua, na moto que cruza na sua frente, no ciclista que vem andando junto à guia. Isso sem contar que precisa ficar atento pra ver se o farol vai fechar, tem dar a seta pra entrar a direita ou esquerda ou pra mudar de faixa.

Desse jeito não dá mesmo pra usar o celular, pô!

O pior é mesmo com toda a atenção que têm que dar ao trânsito, tem motorista que dirige conectado. Não adianta o sistema de viva-voz, porque ele não se comunica mais falando, mas escrevendo. Manda mensagens pelo Whatsapp, usa as redes sociais, quer dizer: além de desviar os olhos da via, dirige só com uma mão no volante.

Experimente olhar para o motorista ao seu lado no trânsito. É raro encontrar alguém desconectado.

Mas se o carro estiver parado, tudo bem? Nada disso!

No meio da rua, parado no trânsito ou no farol, você está dirigindo. O motorista tem que estar com toda a atenção voltada para o trânsito; ele pode ser multado se manusear o celular nessas condições.

O carro que anda sozinho está chegando por aí, mas não sei se ele vai chegar a tempo de salvar os conectados que andam no trânsito.

O cantor Mick Jagger ficou assuntado com a quantidade de gente que, na plateia, filmava ou fotografava o seu show: “Em São Paulo, parece que as pessoas assistem o show pelo celular”, disse o cantor.

Se andasse pelas ruas da cidade na hora do pico, diria que o paulistano dirige pelo celular.