Há quem defenda que o verdadeiro SUV tem que ter tração nas quatro rodas; outros concordam que o carro precisa apenas ter boa altura do solo, posição alta de dirigir e condições de transposição no terreno maior do que um carro comum; outros ainda acreditam que basta ter um aspecto fora de estrada para ser chamado de SUV, ou utilitário esportivo, que é o nome da sigla em português.

Mas parece que essa discussão nunca vai ter fim. Independentemente do que cada um pensa, existe uma definição clara, técnica, sobre o que é um utilitário esportivo, definição do Inmetro, que, afinal, é o órgão oficial responsável pela normatização e da qualidade industrial.

Segundo o Inmetro, um SUV tem que ter no mínimo duas das quatro características:

– ângulo de ataque mínimo de 23º

– ângulo de saída mínimo de 20º

– ângulo de transposição de rampa mínimo de 10º

– altura do chão entre os eixos, mínimo de 200 mm – altura livre sob os eixos dianteiro e traseiro mínimo de 180 mm

Ângulo de ataque é o ângulo máximo para enfrentar um obstáculo sem danificar o carro. É o ângulo medido entre o pára-choques e a roda dianteira. O ângulo de saída é mesmo em relação ao para choque traseiro.

Com a legislação na mão, as montadoras adaptam seus projetos para serem enquadrados na categoria, e o resultado pode ser estranho. Exemplo: o Renault Kwid, que tecnicamente está enquadrado nas exigências do Inmetro, mas está a quilômetros de distância do que se convencionou entender com um utilitário esportivo.

Temos hoje carros SUVs de todos os tamanhos, desde o segmento de entrada até um superluxuoso: do Kwid ao Range Rover Velar, sem falar do Rolls Royce, que já se rendeu ao segmento, com o SUV Cullinan.

Mas essa tendência segue ao sabor do mercado, que nos últimos seis anos teve um crescimento expressivo e contínuo de vendas (veja quadro abaixo).

Com a expectativa de aumento de participação ainda maior nos próximos anos, a tendência é surgir mais modelos. Além dos lançamentos do Tiguan (em 2018) e do T-Cross nesta semana, a Volkswagen terá mais três modelos até 2020, além de Citroën com o C4 Cactus e o Eclipse Cross da Mitisubishi. Ainda nos últimos dias chegaram o Tiggo 7, da Caoa Chery que teve também o Tiggo 2 e o Tiggo 5, e o T8 da Jac.

E vem muito mais por aí. Montadoras que ainda não entraram no segmento, vão entrar. Quem já está, procura nichos de participação para beliscar mais um pedaço do apetitoso mercado de utilitários esportivos.

Por isso, saiba que comprar um SUV – de qualquer marca ou categoria – pode ser um bom negócio. Você estará entrando num mercado que há muito tempo passou de modismo, para se consolidar definitivamente junto ao consumidor. No Brasil e no mundo.

Participação do SUV no mercado interno
Evolução


* janeiro e fevereiro

Luiz Cipolli Junior