Anfavea prevê crescimento de 3% ao ano até 2034

O presidente da Anfavea, a associação dos fabricantes, Luiz Moan, acha que 2015 inicia um novo ciclo da indústria automobilística brasileira, que, em 20 anos, vai fazer do País o terceiro maior mercado do mundo com uma produção anual de quase sete milhões de unidades.

Um estudo feito pela entidade levando em cota o potencial de crescimento do mercado aponta para um aumento de vendas gradual, ma constante, até 2034.
Moan prevê um crescimento médio de 3% ao ano nos próximos vinte anos (que considera modesto), que fará com que o Brasil tenha um mercado de 6,9 milhões de veículos em 2034.

As razões objetivas que vão determinar o crescimento traçado para os próximos 20 anos são conhecidas: o Brasil tem uma baixa taxa de motorização quando comparado tanto com os países do primeiro mundo quanto com seus semelhantes. Nos Estados Unidos existem 1,3 habitantes por veículo, Japão, Fraca e Alemanha tem 1,7 hab/v. México 3,6 e Argentina 3,7 e o um carro para cada 5,2 habitantes.

A recente explosão de vendas de motos no Nordeste brasileiro indica a necessidade de motorização da população que vive longe dos grandes centros urbanos. O uso do carro será cada vez restringido nos centros urbanos, com limitação de circulação por áreas geográficas, horários e tipos de veículos, além, dos rodízios.

As cidades terão que se adaptar para permitir a circulação de outros tipos de veículo, menores e menos poluidores, caso das bicicletas, motos elétricas, micro carros elétricos, espaço privilegiado para o transporte público, que, com o tempo, terá mais qualidade e absorverá um público que hoje anda de carro.

Por outro lado, as fábricas despejam nas ruas das cidades brasileiras de 13,5 mil carros por dia (esse número já foi maior: 14,4 mil em 2012 e 14,2 mil em 2013). A princípio isso pode parecer assustador para quem enfrenta o trânsito caótico na cidade grade, mas os números de vendas indicam que não há o que temer: as grandes cidades estão, quando muito, mantendo a frota inalterada, não há crescimento. As vendas estão estabilizadas. As venda de carros nas cidades brasileiras com mais de 10 milhões de habitantes tiveram um crescimento de apenas 6% entre 2007 a 2013, período em que as vendas no País cresceram 53%, conforme estudo da Anfavea.

As vendas cresceram abaixo da média em todos os 638 municípios com mais de 500 mil habitantes. Ou seja: as cidades grandes estão  esgotadas mas não chegaremos ao caos, porque elas têm o mesmo perfil das capitais européias, das cidades estadunidenses e japonesas, isto é: o crescimento é vegetativo, há um mercado de substituição. Dá pra dizer que, nesse aspecto, as cidades de mais de 500 mil habitantes no Brasil estão no Primeiro Mundo.

Ora, para onde foram todos os carros licenciados nesse período? Para as cidades pequenas, que, quanto menor a cidade, maior foi o crescimento. Observe que os 1.252 municípios brasileiros com menos de cinco mil habitantes tiveram um aumento de vendas de veículos espantoso: 142% nos últimos seis anos (lembre-se que o mercado total cresceu apenas 53% No período). As cidades até 10 mil habitantes cresceram 124% e aumentaram as vendas também nas cidades até 500 mil.