O que será que fez a montadora mudar radicalmente de ideia?

Depois de voltar atrás na decisão de sair do País, a GM anunciou nesta terça-feira um investimento de R$10 bilhões nas fábricas de São Caetano do Sul e São José dos Campos, em São Paulo.

O anúncio foi feito por Carlos Zalenga, presidente da montadora na América do Sul, ao lado do governador do estado de São Paulo, João Doria e do secretário da Fazenda, Henrique Meirelles, no Palácio dos Bandeirantes.

Henrique Meirelles disse que “a escolha da GM em investir em São Paulo não foi em vão: a empresa tem importantes instalações e a economia do estado está favorável para receber um novo ciclo de investimentos”. Já o governador João Dória disse que “as pessoas têm seus empregos garantidos com este anúncio”, argumentando que, com o investimento, a GM vai manter e gerar empregos. A GM tem no estado 13 mil funcionários; o investimento, que começa só em 2020 (e vai até 2024), vai abrir 400 vagas.

O que faz uma empresa reverter uma situação como essa: em vez de deixar o País, fazer um investimento de R$ 10 bilhões?

“Alguns” benefícios.

Providencialmente, o governador Doria lançou no último dia 8 de março um programa chamado Incentivauto, que poderia ser chamado de Incentiva GM. O programa prevê desconto de até 25% no ICMS para produtos fabricados em São Paulo, para empresas que investirem acima de R$ 1 bilhão e criar 400 empregos. Detalhe: o desconto vai crescendo conforme o volume de investimento.

Tem mais: a mesma ameaça (de sair do Brasil) atingiu a prefeitura de São Caetano do Sul, que também tratou de dar um “incentivo” à montadora. A prefeitura do município lançou um programa de incentivo à indústria automotiva, o Pro Auto – este também, claro, com o único objetivo de atender a pressão da GM – que prevê benefícios fiscais como isenção e descontos em IPTU, ISS (Imposto Sobre Serviços) e até desconto na conta de água e esgoto.