Medida não afeta diretamente venda de carros, mas para Antonio Megale, da Anfavea, pode gerar impulso na economia como um todo

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Trabalhadores da iniciativa privada terão oportunidade de fazer empréstimo consignado com uso do fundo de garantia – FGTS. A Caixa será o primeiro banco a operar a modalidade, que começa a funcionar no próximo dia 26 (setembro). Segundo estimativa no governo, a nova linha de crédito poderá beneficiar 36,9 milhões de trabalhadores com carteira assinada.

Os juros desse tipo de empréstimo não poderão ultrapassar 3,5% ao mês, cerca de metade do que o de outras operações de crédito disponíveis no mercado, e o prazo de pagamento será de até 48 meses.

Mas não deve atrair muitos interessados na compra de carros, uma vez que o setor de veículos oferece juros bem mais baixos. Indiretamente, no entanto, é uma injeção nos negócios, segundo Antonio Megale, presidente da Anfavea:

“Qualquer mecanismo que facilite a tomada de crédito pelo consumidor pode gerar movimento positivo na economia como um todo. No caso da venda de veículos, que tradicionalmente está ligada à oferta de crédito, o cenário não é diferente e essa iniciativa pode ter impacto interessante também”, disse

“Mas – considera Ilídio dos Santos, presidente da Fenauto, a federação que reúne os vendedores de carros usados – o programa não deve interferir diretamente no setor de veículos, nem mesmo no segmento de usados e seminovos, onde as taxas estão em torno de 2% ao mês, quase a metade da proposta para empréstimo consignado do setor privado”.

“O financiamento de veículos é o mais barato do mercado, por isso o empréstimo consignado não deve afetar diretamente o nosso negócio”, argumentou Ilídio.

O sistema permite que o trabalhador dêr como garantia até 10% do saldo da conta do FGTS e a totalidade da multa em caso de demissão sem justa causa, valores que podem ser retidos pelo banco no momento em que o trabalhador perder o vínculo com a empresa em que estava quando fez o empréstimo.