Montadora anuncia recorde histórico no mundo; no Brasil fechou com 17,5% na soma das marcas Fiat e Jeep

 A América Latina, depois da Nafta (mercado livre da América do Norte) foi a região que mais contribuiu para o crescimento da FCA em 2018, conforme Antonio Filosa, presidente da empresa na América Latina, ele que revelou em coletiva de imprensa da manhã de hoje (8/2/19) o recorde histórico de vendas da empresa, de 4,6 milhões de unidades em todo o mundo.

O dirigente disse que a FCA espera um 2019 com a mesma intensidade, mas definiu bem as diferenças das operações na região:

“O mérito desse crescimento é do Brasil, onde fechamos o ano com vendas de 432,8 mil e 17,5% de participação (a GM, líder, teve 17,6%) e a liderança absoluta no segmento de utilitários esportivos (o que mais cresce), com o Renegade (segmento de entrada) e o Compass (compacto)”.

A Argentina, em crise, teve um péssimo desempenho no ano passado e iniciou 2019 com queda de 50% sobre janeiro do ano passado (vendeu míseros 15 mil carros no mês), numa mostra de que o país está longe de uma recuperação, o que deve acontecer, segundo Filosa, apenas no segundo semestre de 2020.

Portanto, a confiança no crescimento das vendas em 2019 está focada no Brasil, com alta projetada de 10%, e também nos mercados menores da América do Sul, notadamente Chile, Colômbia e Peru, mas com crescimento menor (5%) e pequena participação no bolo.

Filosa está otimista com o governo, que, segundo ele, deve gerar competitividade e “fazer do Brasil um grande player”.

O dirigente se diz feliz com as medidas e caminhos traçados pelo governo Bolsonaro no que se refere à competitividade na indústria e também dos setores de apoio, e no investimento em infra-estrutura, incluindo o programa de privatizações, além da reforma tributária.

“O carro feito no Brasil é mais caro porque não tem competitividade, porque tem custos associados e um sistema de logística caro. Usamos os mesmos materiais e o mesmo tipo de mão de obra em todos os países (o absenteísmo em Betim é de apenas 2%), temos profissionais de alto gabarito e no entanto o resultado é um carro mais caro. Por que? Pela falta de competitividade”.

Filosa não mediu elogios ao novo governo e deu de ombros quando foi lembrado que o mesmo otimismo tomou conta do mercado quando Maurício Macri foi eleito (presidente da Argentina, em 2015). E deu no que deu.

“A Argentina é diferente. O Brasil é um mercado difícil, mas a Argentina é muito pior”