– Queda de vendas foi de 26,7% (apenas 178.822 carros vendidos)
– Entidade projeta -10%, mas não prevê demissões
– Já a sua assessoria econômica diz que a recessão é inevitável 

Alarico Assumpção_Presidente da Fenabrave

Lembra da crise de 2008, que atingiu em cheio a indústria automobilística e levou ao fechamento de lojas por todo o País? Pois as vendas de carros e comerciais leves no mês passado só foram melhores do que as daquele fatídico mês de fevereiro de 2008, auge da crise.

As vendas fracas, somadas ao reduzido número de dias úteis por causa do Carnaval, fizeram de fevereiro o pior mês dos últimos seis anos e meio: foram vendidas apenas 178.822 unidades; pela primeira vez desde fevereiro de 2009 as vendas não alcançaram o patamar das 200 mil unidades.

No auge da crise, em novembro de 2008, o setor vendeu 166.277 carros.

Mesmo com apenas 17 dias úteis (as fábricas não trabalharam nos três dias de Carnaval e o Detran não registrou licenciamentos) a média diária de vendas também foi a pior dos últimos anos. Com 10.542 carros vendidos por dia, fevereiro só superou a venda diária de janeiro de 2010, quando foram comercializadas 10.086 unidades por dia.

A queda em relação a janeiro (243.895 unidades) foi de 26,7% e em relação a fevereiro do ano passado (que é a comparação mais adequada) as vendas caíram 27,2%: naquele mês foram vendidos 245.931 carros.

Nas vendas acumuladas este ano (janeiro + fevereiro), a queda já é de 22,5% em relação ao primeiro bimestre de 2014.

Apesar da queda expressiva e da nova projeção feita hoje pela Fenabrave (queda de 10% no ano), o presidente da entidade, Alarico Assumpção, disse que o setor não prevê demissões por enquanto, apenas ajustes:

“Pode ocorrer algumas incorporações de pequenas por grupos maiores, alguns pequenos ajustes, mas não está previsto demissões de pessoal”, disse o líder dos revendedores, demonstrando um quadro menos dramático do traçado por sua assessoria econômica, que classifica o momento de muito delicado e projeta uma queda do PIB de 1,5% para este ano, “na melhor das hipóteses”. Mais: avalia que “a recessão é inevitável”.

A Fiat confirmou a liderança fechando fevereiro com 35.840 unidades e 20,1% de participação, mas o segundo lugar mudou de dono: ficou com a Volkswagen, que vendeu 30.992 carros e ficou com 17,3%, deixando a GM em terceiro, com 15,7%. A Ford manteve a quarta posição, ficou acima dos 10% (10.5%), com 18.830 unidades.

A Hyundai se distanciou das concorrentes, ficando com 7,3% no mês, contra 6,4% da Toyota e 6,2% da Renault, que caiu para o sétimo lugar.

Honda, Nissan e Mitsubishi fecharam a lista das dez marcas mais vendidas em fevereiro.