Com investimento de R$ 2,5 bilhões e 1,3 mil funcionários, fábrica de Anápolis produz cinco carros e estuda o futuro da mobilidade

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É de Anápolis que vêm o Hyundai ix35, o Tucson (o velho e o novo) e mais os utilitários HR e HD 78, que a partir deste mês será substituído pelo HD80. A cidade goiana é a sede da fábrica da Caoa, um investimento de R$ 2,5 bilhões e que emprega 1,3 mil funcionários diretos numa área de 1,5 milhão de metros quadrados (300 mil m2 é área de preservação) com capacidade para produzir 86 mil carros em três turnos e que está completando dez anos.

Hoje, com o mercado em baixa, saem de Anápolis 23 mil unidades por ano. A fábrica completou todas as etapas exigidas pelo programa Inovar Auto em relação ao processo produtivo e a eficiência energética, programa que se encerra em outubro próximo.

A Caoa começou com o mercado de distribuição, passando depois para montadora de veículos. A partir de uma isolada concessionária Ford em Campina Grande, na Paraíba, o “doutor”, como é chamado o médico Carlos Alberto Oliveira Andrade, construiu um império: é o maior grupo de distribuição de veículos da América Latina, com 129 concessionárias e 800 vendedores.

Com apenas nove concessionárias ele é o maior vendedor Ford do Estado de São Paulo, responsável por 36% das vendas da marca na região, Na Hyundai, a Caoa tem 61 concessionárias de carros importados, dos quais tem a exclusividade de comercialização no Brasil, e mais 38 revendas da Hyundai Motor Brasil, responsável pela venda da família HB20, fabricada em Piracicaba pela Hyundai coreana.

A Caoa é responsável também pela importação e comercialização da marca japonesa Subaru, que tem oito concessionárias no Brasil, todas sob sua administração, além de 12 lojas de carros seminovos que vendem 2,4 mil unidades por mês.

A Fábrica
Alguns dos modelos produzidos em Anápolis têm baixo índice de nacionalização, caso do New Tucson, com apenas 30% de componentes nacionais. Já o ix35 contém 60% de partes fabricadas no Brasil e o HR 65%. Mas o processo produtivo é moderno, robotizado em setores onde se exige maior precisão (caso da cabine de pintura e da montagem da carroceria), enquanto atividades menos exigentes são operadas manualmente.

A Caoa investe em pesquisa, estudos sobre mobilidade urbana, em convênio com a USP e a Fundação Vanzoline.

“Precisamos saber como será a participação automotiva nos próximos cinco ou dez anos, explica Marcio Alfonso, diretor de Engenharia e Processos de Manufatura, com passagem pela Ford. Afonso diz que ficou impressionado com a agilidade da empresa e com a qualidade no processo produtivo em Anápolis. Trabalhamos com alta qualidade de peças, sem ajustes, sem manchas, tudo impecável”.

Com o objetivo de acompanhar a evolução do setor e estar sempre alinhada com as novas tecnologias, a Caoa investe em estudos sobre novos combustíveis, biomassa, eficiência energética e novos materiais para a produção.

O objetivo é indicar para a matriz na Coreia quais as tendências do mercado brasileiro. A fábrica trabalha principalmente em aspectos como calibração do motor, pneus especiais, com maior resistência à rodagem e nova geração do controle de estabilidade.

Para Afonso, é importante visar o mercado nos próximos 10, 15 anos, quando, segundo ele, 10% das vendas de caros no Brasil serão de propulsão híbrida (combustão e elétrica). Na Europa e nos EUA essa tendência chega antes, em 2021, segundo o executivo.

Um grande parceiro da Caoa em Anápolis é o Senai, que forma profissionais para a empresa e desenvolve processo de manufatura para pequenas produções.

Hoje o foco da empresa está centrado em eficiência energética, soluções tecnológicas de mobilidade e serviços de atendimento pós venda.

Meio Ambiente
A Caoa investiu na fábrica de Anápolis R$ 20 milhões no tratamento dos efluentes e com isso economizou 100 milhões de litros de água, reduzindo o consumo em 50%e com tratamento físico-químico.

O efluente é recebido nos tanques, é equalizado, o lodo é removido quimicamente e o lodo residual é destinado à mistura com cimento.

São reaproveitadas 60 toneladas de material metálico refugo da produção, além de plástico, papelão, isopor, espumas, borrachas. 95% é reciclado.