Segurança cibernética é imprescindível para a garantia do bom funcionamento dos carros cada vez mais conectados
Complexo Industrial da Nissan em Resende (RJ)

Preocupados com os ataques de hackers nos sistemas de computadores das fábricas, montadoras de veículos pretendem aumentar o investimento em segurança cibernética nos próximos anos.

A avaliação é da empresa de consultoria Frost & Sullivan, que calcula um aporte de R$ 270 bilhões até 2020 em tecnologias avançadas, ação necessária diante da crescente implantação de recursos digitais nos veículos.

Segundo especialistas, o aumento da conectividade, com recursos para entretenimento, telefonia celular, reconhecimento de voz, navegação etc, traz vulnerabilidade ao veículo, que pode ser explorada por invasores cibernéticos, com os hackers acessando e controlando remotamente travas, motor e coletando dados do usuário. Um grande perigo é um hacher interferir na condução de um carro autônomo, por exemplo, desviando o roteiro inicialmente traçado e expondo os usuários a um acidente.

“Foram reportados diversos ataques cibernéticos contra empresas automotivas nos últimos anos e estes ataques representam só uma pequena parte dos verdadeiros riscos”, disse Niranjan Manohar, da Frost & Sullivan. Para Daniel Thunberg, da Irdeto, empresa de segurança de plataformas digitais, a indústria automobilística demanda uma solução ampla, cobrindo hardware, software, rede e segurança na nuvem, já que hackers e criminosos cibernéticos empregam novas estratégias para explorar vulnerabilidades nos carros de hoje.

“Com a expectativa de crescimento dos investimentos em digitalização e conectividade, toda a cadeia do setor automotivo precisa considerar a segurança cibernética desde o planejamento do novo carro, para manter os motoristas rodando seguros”, avalia Daniel Thunberg.

No mês passado um ataque de hackers infectou um vírus e paralisou o sistema de computadores da fábrica da Honda de Sayama, em Tóquio. Fábricas da Renault e da Nissan também foram afetadas num ataque cibernético mundial que atingiu 200 mil computadores em 150 países.