– Corolla, WR-V, Captur, Etios, Ka e Porsche 911 Carrera já são 2018
– Vantajoso agora, modelo novo pode prejudicar mercado de usados
– Cuidado na hora da compra: se for 2017, peça um bom desconto

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A legislação permite e as montadoras aproveitam a oportunidade: a partir de primeiro de janeiro já pode ser lançado o “modelo” do ano seguinte, no caso, o 2018. E o modelo “novo” não precisa, necessariamente, ter modificação em relação ao 2017, ou seja: pode ser “velho”, ou idêntico ao anterior. O que diferencia o 2017 do 2018 é simplesmente a anotação no documento de propriedade do veículo.

E por que algumas marcas antecipam tanto o modelo do ano seguinte? Para incrementar as vendas, oferecer vantagem ao comprador, que, de fato, tem um ganho importante ao comprar já em março de 2017 um modelo 2018, porque na hora da revenda, daqui a dois, três, quatro anos, o 2018 vai valer bem mais do que o 2017. A diferença de preço de um ano-modelo para outro pode ser muito grande.

O que vale no mercado é o ano-modelo e não o ano de fabricação, por isso, mesmo que o carro “novo” não tenha modificação, vai custar mais caro para o comprador do carro usado.

Renault CAPTUR 2017. Foto: Rodolfo Buhrer / La Imagem / Renault

Dados do SELO MAIOR VALOR DE REVENDA, certificação feita com base no Estudo de Depreciação da Autoinforme, indica que o carro perde entre 4,5% (caso do Honda HRV, campeão de 2016) e 22% (caso do Citroën C3 Picasso, último colocado) após um ano de uso. Esses percentuais se ampliam nos anos seguintes, chegando, em alguns casos, em perda da metade do valor original após três ou quatro anos.

Os lançamentos feitos este ano já chegaram com a chancela de “modelo 2018”, casos do Renault Captur, lançado em fevereiro, e de mais duas novidades apresentadas na semana passada: o Honda WRV e o Corolla novo.

A linha 2018 já conta também com o Ford Ka, o Toyota Etios, que recebeu pequenas modificações estéticas no mês passado e o Porsche 911 Carrera GST Cabriolet, que está chegando às concessionárias brasileiras neste mês. É 2018 também o utilitário Master, da Renault, em todas as suas versões: Minibus Standard, Executivo e Escolar e o Furgão.

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O ganho do consumidor ao comprar já um modelo 2018 é tão grande que muitas empresas lançam o modelo do ano seguinte muito cedo mesmo sem mudanças no carro.

Mas se a estratégia é positiva para montadoras e clientes neste momento, prejudica o mercado e pode levar ao consumidor de usados informações incorretas sobre a idade do carro que ele vai comprar. Imagine você comprando um Etios 2018 daqui a três anos, em 2021. Não saberá quando o carro foi produzido, portanto há quanto tempo ele está no mercado: pela lógica, ele teria três anos de “vida” (2018 a 2021), mas como ele “nasceu” em fevereiro de 2017, terá quatro anos. Claro que o interessado na compra do usado terá como verificar na nota fiscal a data de venda (caso o primeiro comprador a tenha guardado) e também vai considerar a quilometragem percorrida e o estado geral do carro, mas a antecipação do ano modelo não deixa de ser um fator de confusão no futuro.

A regra, no entanto, não é generalizada: a Nissan lançou a picape Frontier na semana passada ainda como modelo 2017, mesmo com mudanças significativas em relação ao modelo anterior.

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Portanto, sabendo que para efeito de formação de preço o que vale é o ano-modelo e não o ano de fabricação, na hora de comprar verifique se a montadora já não lançou a linha 2018. Caso as duas opções estejam disponíveis no mercado (2017 e 2018), casos do Corolla, Etios e Master, exija o modelo 2018, ou, se preferir, peça um bom desconto no modelo 2017. Mas tem que ser um desconto considerável, caso contrário você vai perder dinheiro na hora da revenda.

Linha 2018 já disponível no mercado
Honda WRV EX
Honda WRV XL
Renault Captur
Ford Ka
Ford Ka sedã
Toyota Etios sedã
Toyota Etios hatch
Toyota Corolla
Porsche 911 Carrera GTS Cabriolet
Porsche 911 Carrera 4 GTS Coupê
Renault Master Minibus e Furgão