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Com o avanço tão rápido da tecnologia e a conseqüente mudança de comportamento do mercado, como saber qual será a preferência do consumidor em 2025?

Esse é o difícil desafio da equipe de design da Hyundai, liderada pelo experiente Peter Schreyer, que foi chefe de design do grupo Volkswagen, responsáveis, entre outros, pelo desenho dos carros da Audi.

Conversamos com o Peter Schreyer e o Lee Sang Yup, que dirige a divisão de pesquisa e desenvolvimento da gigante coreana e é responsável pela Genesis, a marca de luxo da empresa.

Foi ele quem fez as contas:

“Da tomada de decisão da construção de um carro até o seu lançamento, são dois ou três anos. Com mais cinco anos que o produto tem que permanecer no mercado, são sete, oito anos. Construir um carro para o consumidor de 2025 é realmente um difícil desafio”. Ele se refere a dificuldade de prever o comportamento do consumidor com tanta antecipação, em uma época em que as tecnologias envelhecem muito rapidamente e os parâmetros, os conceitos de praticidade, operacionalização e beleza evoluem as vezes de forma radical.

O desafio é muito maior do que desenhar a próxima geração do HB20. É criar uma linguagem que Peter Schreyer chama de “sensualidade esportiva” para o novo momento da marca no próximo período.

Peter explica que o HB20 chegou com a proposta de uma linguagem forte, contundente, do tipo “chegou, chegando” e que a nova geração tem novamente que “provocar o mercado”, despertar a concorrência.

Ele credita ao design, a principal razão do sucesso do HB20 e diz que para ter o mesmo desempenho “a nova geração tem que promover um novo rompimento, tem que ter novamente uma proposta revolucionária”.

Para isso a equipe pesquisa todos os aspectos da sociedade que vai receber o carro através de clínicas, observação do comportamento do consumidor e da concorrência, muita conversa e, principalmente, investimento em um time jovem que pensa lá na frente e que consiga captar as tendências das novas gerações.

O conceito de carro está mudando – resumiu Lee Sang Yup. Carro não é mais um meio de transporte. É um espaço de convivência. Ele concorre com o celular. É essa compreensão que nos leva a tomar decisões como a de tornar o carro mais intuitivo em vez de pensar em um novo painel ou em um novo desenho da roda.

Joel Leite, de Seul, na Coreia do Sul especial para a Autoinforme