– Setor tem dificuldades de ação porque os 1,5 milhão de ricos brasileiros não revelam planos de compra e evitam ostentar em momento de crise

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Nos primeiros anos de atual crise, em 2014, o segmento de superluxo não foi afetado, uma vez que não é qualquer crisezinha que mexe com milionários.

Mas desde o ano passado, as vendas de carrões como Ferrari, Lamborghini, Maseratti, Rolls-Royce e Bentley começaram a minguar. O volume vendido caiu pela metade no ano passado em relação a 2014 (de 146 para 73 unidades) e neste ano estão ainda mais baixas. Com exceção das marcas com maior volume de vendas no subsegmento, como Jaguar, Porsche e Lexus, as outras tiveram redução drásticas de vendas. Em 2014, o total de venda das marcas Maserati, Ferrrari, Rolls-Royce, Bentley, Infiniti, Lamborghini e Aston Martin foi de 146 unidades, ou 12 mensais. Em 21015 foram vendidas apenas 73 carros (seis por mês) e neste ano a média mensal é seis ou sete carros.

Não, a crise não mexeu no bolso dos ricaços, mas afetou o comportamento deles.

“Com que cara o sujeito var aparecer de Ferrari nova na empresa enquanto o seu RH está demitindo?”, avalio um especialista no mercado de super luxo. Ele acha, no entanto, que os compradores de carros superluxuosos têm como concorrentes os produtos e serviços utilizados por bilionários, como viagens exóticas, obras de arte, imóveis de alto padrão, barcos, aviões. Além disso, considera que é um segmento restrito, e que tem baixa rotatividade: o dono de um carrão costuma demorar mais tempo para fazer a troca (em relação ao dono de carro normal).

Estatísticas indicam que existem em torno de 1,5 milhão de pessoas com renda mensal suficiente para comprar um carro de alto luxo, mas apenas 50.000 delas estariam dispostas a realizar a compra. Isso porque, os milionários não enxergam o carro de alto luxo como prioridade; preferem gastar o seu dinheiro em outras coisas.

As ações de marketing junto a esse seleto público são limitadas e de difícil operação, uma vez que os bilionários não costumam revelar as suas intenções de compra.

Por essas razões, esse consultor do setor de carros superluxuosos vê dificuldades em saber como vai se comportar o mercado nos próximos anos.