– Presidente da Anfavea acha que mercado só vai reagir a partir de agosto. Nova previsão será uma “queda de dois dígitos”

– Consultora é mais pessimista e acha que mercado de caminhões corre o risco de ser um fiasco

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O presidente da Anfavea, Luiz Moan, disse que acredita na retomada do crescimento apenas para o mês de agosto; até lá não há esperanças de haver uma retomada do mercado:

“Caso o reajuste fiscal seja aplicado ainda este mês, podemos aguardar uma melhora do mercado a partir de agosto”, avaliou o líder dos fabricantes. Até lá a indústria deve continuar apresentando quedas de vendas, que, só no primeiro trimestre chegou a 16,2%.

Moan falou durante o sexto Fórum da Indústria Automobilística, organizado pela agência Automotive Business, onde fez uma palestra com o tema “Acelerando a retomada dos negócios”. O presidente falou também sobre a crise macroeconômica que o Brasil está passando:

“Acredito que a maior crise seja a da falta de confiança do brasileiro no mercado, que dificulta ainda mais a retomada do crescimento”.

Ao final da palestra, o presidente foi questionado sobre as revisões que devem ser feitas para as expectativas de vendas, produção e exportação feita noi início do ano. mas ele só comentará os novos números na coletiva da Anfavea, após os técnicos terminarem as análises. A coletiva acontece amanhã (7).

A queda espera é de algo em torno de 15%, segundo executivos da indústria ouvidos pela nossa reportagem. A consultora Letícia Costa, diretora da Prada Assessoria, que também participou do evento, confirmou o pessimismo do mercado:

“Certamente as vendas no Brasil terão uma queda acima dos dois dígitos neste ano. Em minha opinião, não passaremos de 2,8 milhões de unidades vendidas, pois o ano deve piorar, a taxa de desemprego vai aumentar. O mercado de caminhões será o maior prejudicado este ano, correndo o risco de fechar o ano com menos de 100 mil unidades”.

Letícia também falou sobre a retomada do crescimento para o ano que vem: “Tudo depende do reajuste fiscal, que foi anunciado em fevereiro, mas ainda não foi implementado. Quando mais isto demorar, pior será, pois vai adiar a recuperação. Se o reajuste sair em breve, acredito que podemos começar a nos recuperar só no segundo semestre de 2016”.

Caio Bednarski