Só corajosos desafiam os maremotos de Cabo de Horns

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Estamos perto do fim da viagem Honda – Pra Lá do Fim do Mundo. Sairemos hoje de Ushuaia em direção a Punta Arenas, no Chile e embarcaremos no navio onde levaremos o HR-V e o WR-V ao ponto mais austral do planeta, na comunidade de Puerto Toro, no Chile.

Nesses quase sete mil quilômetros rodados até aqui, nenhum problema com os carros, apesar de dois atolamentos e um pequeno trincado no para brisas devido as pedras de rípio aqui na Terra do Fogo, essa região do planeta cheio de mistérios. Acompanhe a viagem.

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O fim do mundo sempre atraiu o interesse de aventureiros, navegadores, mas também de cientistas e exploradores, que buscam conhecer como é a vida no extremo sul.

Com sua magia, a Patagônia oferecia histórias curiosas, muitas delas fantasiosas, tendo como protagonistas seres imaginários, criaturas que circulavam nos contos dos primeiros navegantes, que tinham o privilegio de não serem contestados. Histórias de perigosas aventuras, seres misteriosos, mares revoltos, navios com marujos que se aventuravam pelos temidos mares austrais.

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Sabe-se que só os mais corajosos navegadores ousavam atravessar com suas embarcações o cabo de Horns, no extremo Sul do Chile, a caminho da Antártica. Como símbolo da sua coragem, os que não sucumbiam à até hoje perigosa travessia, ganhavam o direito de cravar na orelha um dente de tubarão.

O símbolo depois foi seguido por piratas e marinheiros de outros mares, às vezes substituído por uma argola de ouro.

Charles Darwin e Saint Exupéry foram alguns dos pioneiros que teriam desafiado a região, mas não se sabe ao certo se eles estiveram ali ou se também a sua presença faz parte das fantasias austrais. O fascínio vai além da imaginação, a ponto de atrair a atenção do escritor Julio Verne, que, segundo consta, jamais esteve na região, mas “transcreveu” a vida na Terra do Fogo no livro “O Farol do Fim do Mundo”.

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Dessa região onde fortes ventos que ocorrem durante quase todo o ano e tem grande concentração de pingüins e leões-marinhos, é que partem as expedições para a Antártica.

Foi Fernão de Magalhães, que, em 1520, ao chegar à região, cunhou a palavra patagão, para descrever o povo nativo, homens com altura média de 1,80m, provavelmente os índios tehuelches.

O clima varia dos 10 graus no verão até -20 graus no inverno.

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Local de desertos frios e secos, florestas e bosques de pinheiro, vales e rios, montanhas e principalmente gelo, os glaciares, como o de Perito Moreno, que visitamos no oitavo dia da expedição.

Há quem acredite que a Patagônia mantenha tesouros perdidos; é tida também como morada dos deuses e assim exerce o seu fascínio junto aos exploradores.

Conta-se que, séculos antes das caravelas, seres imortais, desencantados com os caminhos da humanidade, resolveram navegar em busca de novas terras. Encontraram nas cordilheiras o seu refúgio. A cidade ficaria no centro de um lago, entre uma montanha de diamantes e outra de ouro. O lago de fato existe, assim como a ilha, que é protegida por uma enorme serpente que cospe fogo.

A lenda mais importante da cidade é a de que faz com que qualquer visitante que saia dali com vida, não lembre absolutamente nada de sua passagem por ela. Apenas em sonhos.

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A região da Patagônia
Abrange a parte mais meridional da América do Sul, na Argentina e no Chile, incluindo o final da cordilheira dos Andes, até o oceano Pacífico e o município de Valdívia, do arquipélago da Terra do Fogo. A Leste, vai até o rio Colorado e Carmen de Patagones, no litoral do Atlântico.

Da Argentina, estão na Patagônia as províncias de Neuquén, Rio Negro, Chubut, Santa Cruz e parte da Terra do Fogo. Do Chile, fazem parte da Patagônia parte de Valdívia, a região de Los Lagos, no lago Llanquihue, Chiloé, Puerto Montt, o sítio arqueológico de Monte Verde, as ilhas a sul das regiões de Aisén e Magallanes, incluindo o lado ocidental da Terra do Fogo e do Cabo Horn.