Greve afetou o mercado, mas novo programa promete avanço até 2030

Megale

O presidente da Anfavea, Antônio Megale, lamentou que a greve dos caminhoneiros interrompeu uma linha de crescimento das vendas de veículos que vinha se consolidado nos últimos meses.

O líder dos fabricantes admitiu que o volume tanto de vendas quanto o de produção ia ser menor no segundo semestre, conforme as previsões da associação, mas que o movimento dos transportes antecipou a queda.

Apesar disso, o programa Rota 2030, assinado na última quinta-feira pelo presidente Temer, “vem para animar e fazer do Brasil um mercado potente”, conforme o presidente da Anfavea, que comentou alguns pontos principais da Rota que vão fazer toda diferença na indústria.

Primeiro, o parâmetro para comercialização. Todas as empresas deverão atender a um padrão de eficiência energética que fica entre 182 e 168 MJ/km (mega joules por quilômetro, unidade que mede energia mecânica) e ter mais itens de segurança. O presidente reforça que “as empresas que não se adequarem a esses parâmetros não poderão comercializar no Brasil”, correndo risco de multa com valores salgados.

Outro ponto importante é o incentivo à pesquisa e desenvolvimento que o Rota 2030 vai proporcionar para as empresas, que não é obrigatório, mas quem se inscrever e cumprir a meta terá redução de 10% a 12% na cobrança de impostos, devendo reverter a porcentagem em novos investimentos. Sendo assim, “já que de qualquer forma todas as montadoras do País terão que se adequar aos parâmetros comerciais da Rota, é melhor que participem do programa”, esclareceu o dirigente.

Na redução do IPI, a tabela de desconto varia de 7% a 20% para os elétricos e híbridos, que serão avaliados por peso e eficiência energética: quanto mais leve e mais eficiente, maior a redução da taxa.

O Rota só começa a valer efetivamente em 2019, mas os projetos de pesquisa e desenvolvimento já podem ser trabalhados agora. A nova tabela de IPI vale a partir de novembro.

Kalyne Rannieri